terça-feira, 17 de maio de 2011

O que aprendi com minha mãe



O mês de maio passou a ser mais significativo para mim. Além de ser festejado o dia das mães, é o mês do meu aniversário. Seria também comemorado o aniversário de minha mãe. Há oito anos não é mais possível dar aquele beijo estralado, aquele abraço apertado de estralar as costelas na Dona Helena, minha querida mãezinha que, em 2003, nos deixou.

Ela levou consigo muitas histórias: algumas ela nos contou, outras começou, tantas outras um dia nos contará... Ela levou a receita de pão de mandioca que nunca tivemos tempo (ou saúde) dela me ensinar. Levou também horas de carinho e cuidado que, por dádiva de Deus, tive a oportunidade de semear naquele coração.

Professora Helena... parece que foi ontem que puxava minhas orelhas pelas peraltices feitas: além de filho, fui aluno dessa mulher extraordinária que tive a honra de conhecer e compartilhar duas décadas e pouquinho de minha vida. Fui alfabetizado na vida, assim como nas letras e nos números, por essa pedagoga por excelência e por vocação.

Gostaria de compartilhar três coisas que, dificilmente selecionadas dentre tantas lições, aprendi com minha mãe e que quero, até os últimos instantes nesta vida, colocá-las em prática.

Honestidade

Imaginem uma pessoa honesta, que nunca quis tirar proveito de situações e pessoas, que  teve oportunidades de dar o famoso “jeitinho brasileiro”, mas decidiu não fazê-lo. Sua conduta diante das responsabilidades, principalmente quando envolvia terceiros e seus bens, é algo que falta hoje em muitos lugares e em muita gente! Eu quero ser responsável e honesto como foi essa mulher!

Prestatividade

Todas as vezes que alguém pediu algo para minha mãe, nunca a vi dizer não. É verdade que algumas vezes ela se deu mal por isso, mas sempre estava à disposição, apoiava eventos quando escalada para trabalhar, não reclamava, emprestava dinheiro... E, por incrível que pareça, ela ainda foi taxada de sovina por alguns, principalmente por aqueles que mais foram ajudados por ela. Que injustiça! Que eu seja solícito para fazer o que tiver ao meu alcance quando me pedirem!

Trabalho

Minha mãe foi professora por vinte e cinco anos. Ela acordava cedo, muito cedo. Preparava o café, organizava a casa e executava algumas das rotinas do lar como qualquer outra dona de casa. Ministrava aula nos dois turnos (manhã e tarde, e para crianças!) e quando voltava fazia a janta e o almoço do dia seguinte, corrigia os exercícios de seus alunos, planejava a aula.  E ia dormir tarde, muito tarde. Seu exemplo até hoje me inspira a ser mais diligente. E, quando falo que aprendi a trabalhar, isso inclui também lavar louça, cozinhar, varrer, passar, aguar plantas e cuidar de animais. Quero ser reconhecido, assim como a Professora Helena foi, pela excelência na execução das tarefas: “o que precisa ser feito, merece ser bem feito”.

Que todos nós possamos viver de tal modo que nossa vida seja um exemplo para aqueles que convivem conosco. Mesmo depois de deixá-los, nossos ensinamentos permanecerão gravados em seus corações.

Um excelente restante de maio para você!


PS.: A foto que ilustra esta postagem é de quanto eu era pequeno agarrando a primeira mulher de minha vida! Rsrsrs


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7 comentários:

  1. Eduardo José Guaragna dos Reis23 de maio de 2011 às 11:39

    Toninho,

    Esse texto foi bastante inspirador. Por coincidência, hoje tomei uma decisão que não sei até que ponto vai ser boa. Não vou mais dormir depois do almoço. Bem, hoje foi bom, pois fiz algo que me incomodava há uns 4 ou 5 meses (se não for mais). Troquei o interruptor das luminárias do meu banheiro. Amanhã já estou planejando outra atividade para ocupar o horário que antes era utilizado com descanso. Bem, gosto muito dos seus escritos. Perservere!

    Um grande abraço,
    Eduardo

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  2. Toninho, que texto lindo!
    Pude viajar através dessas informações, tudo que fazemos hoje é um retrato daquilo que recebemos de nossos pais, principalmente daquele que foi mais presente em nossas vidas. Preserve sim tudo de bom, de transformador, de positivo que sua mãe te ensinou e ajude-nos a perceber quão raros são esses momentos, que ainda podemos ter com nosso pais!
    Um abraço de estratalar as costelas!
    Tia Marli

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  3. Bom dia Toninho,

    Nao te conheço pessoalmente, mas a partir de hoje passei a admirá-lo por cau8sa do que vc escreveu sobre sua mãe.
    Muitas pessoa nao dao o valor que elas merecem, porque se nao fosse por elas muitos de nós nao estariamos aqui, por tudo o que sou eu tenho que agradecer aos meus pais, mas minha mãe tambem é muito especial para mim.

    Isso que voce fez mostra o seu carater como homem e ser humano.

    Parabens e um grande abraço

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  4. Que testo lindo.
    Esse contato com a mãe é muito importante, e eu só aprendi depois de conhecer Jesus na minha vida.
    Parabéns, e continue fazendo com excelência aquilo que DEUS preparou para você.

    Mãe pequena palavra que diz muito.

    Abraços.
    Osmany Miranda

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  5. Parou de escrever, meu irmaozão!?

    PH

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  6. tambem tive a honra de ser aluno e alfabetizado por essa grande professora o qual sinto muitas saudades toninho, sempre me recordo das aulas que ela nos dava na escolinha classe 10 nos tempos de criança

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