sexta-feira, 22 de julho de 2011

Antes tarde do que mais tarde!


Olá, pessoal!

Finalmente arranjei coragem para escrever um novo post! Não, não usarei desculpas como falta de tempo, final de semestre com quilos de trabalhos e provas pra fazer, ou qualquer outra coisa...

Tem uma frase que, por mais que pareça insensível, é a mais pura verdade: “Quem quer dá um jeito, quem não quer dá desculpa!”.

Bem, me resta apenas pedir compreensão pela demora em escrever, e prometo que me esforçarei para o fazer pelo menos quinzenalmente (é uma de minhas metas para este ano – que diga-se de passagem já passou da metade!).

Falando em provas, gostaria de compartilhar abaixo a minha resposta (em sua versão revista e atualizada, lógico!) da prova de Economia Política e Capitalismo, disciplina que gostei muito neste meu primeiro semestre de Serviço Social na UnB. Para quem gosta do assunto, que é super atual, fique à vontade para discutir ou criticar. Se não gosta, não tem problema. No próximo texto prometo que trarei um assunto menos denso! A propósito, não consegui tirar SS na prova, mas cheguei perto!

Um abraço de esbugalhar os olhos pra todos!

Toninho®


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Crise, que crise?

O atual cenário econômico-financeiro mundial indica o grande colapso que se aproxima e que, se estabelecido, deixará sequelas maléficas e profundas, se não intransponíveis.

Pode-se ver países salvando instituições financeiras privadas com muito, mas muito dinheiro público; constata-se a tentativa de manter a normalidade ao se divulgar a ilusória confiança nos “benefícios” (como livre iniciativa, meritocracia, propriedade privada, liberdade econômica) do sistema capitalista, bem como seu “temporário” mal-estar; sente-se a iminente explosão que afundará o capital especulativo mundial liderada pela investida estadunidense. A crise está instalada.

Sobre confiança, há um enorme esforço dos defensores (e, lógico, beneficiados) do capitalismo em manter as aparências, instalar a sensação de segurança (e não ela propriamente) e, cada vez mais, se beneficiarem dos subjugados sem que estes percebam, principalmente em tempos de crise.

O sistema capitalista (que concentra a riqueza, exclui a participação efetiva de todos nos benefícios da produção e polariza a sociedade) entranhou-se no mundo através de seu principal ator: os EUA – e provocou uma dependência doentia e perigosa nos países que optaram pelo desenvolvimento. Se essa corrente de confiança se romper, pulveriza-se a base do sistema em vigor.

Dessa forma, uma suposta (e muito provável, diga-se de passagem) quebra dos Estados Unidos não só certamente destruiria de vez sua hegemonia imperialista como levaria consigo toda a estrutura fictícia que adorna o seu sistema. Dezenas de países afundariam como consequência do desaparecimento da confiança depositada naquela nação e a fatura principal ficaria justamente com os países dependentes (leia-se: principalmente os países pobres).

Observando-se mais de perto, a crise provocada pelo capitalismo não é apenas cíclica ou temporária: é estrutural, inerente à sua própria natureza. A maximização do lucro desejado versus o constante declínio da margem de lucro que se é possível obter e a produção socializada contra a apropriação privada dos bônus da produção (dentre outros elementos)  indicam que chegará o dia em que o capitalismo será definitivamente engolido por ele mesmo. Resultarão desse nefasto processo de digestão a destruição de países, o desfalecimento de projetos e sonhos pessoais e a situação de miséria de milhares de pessoas.

Quando se fala em crise, faz-se necessário salientar que esta não se resume às dificuldades econômicas ou financeiras dos países ou dos indivíduos: ela transcende as contas matemáticas e se manifesta também (e aqui nasce) na falta de ética de pessoas e corporações. Os poderosos querem ficar mais poderosos, os agentes públicos se vendem aos interesses de grandes conglomerados, as oposições cedem (pois, afinal, em algum momento eles também ganham algo) e a população consome futilidades exageradamente. Deflagra-se a maior de todas as crises: a crise moral.

Contextos como os que estão sendo vivenciados são propícios para se refletir sobre como se preparar para momentos de turbulência (a bem da verdade inerentes à dinâmica de quaisquer sistemas de produção, todavia mais intensos, frequentes e cruéis no capitalismo). É um excelente tempo também para se questionar se não existem outras alternativas mais democráticas, que garantam direitos básicos igualitariamente a todos e que proporcionem às pessoas o que elas têm de maior valor: a dignidade.