Olá, pessoal!
Finalmente arranjei coragem para escrever um novo post! Não, não usarei desculpas como falta de tempo, final de semestre com quilos de trabalhos e provas pra fazer, ou qualquer outra coisa...
Tem uma frase que, por mais que pareça insensível, é a mais pura verdade: “Quem quer dá um jeito, quem não quer dá desculpa!”.
Bem, me resta apenas pedir compreensão pela demora em escrever, e prometo que me esforçarei para o fazer pelo menos quinzenalmente (é uma de minhas metas para este ano – que diga-se de passagem já passou da metade!).
Falando em provas, gostaria de compartilhar abaixo a minha resposta (em sua versão revista e atualizada, lógico!) da prova de Economia Política e Capitalismo, disciplina que gostei muito neste meu primeiro semestre de Serviço Social na UnB. Para quem gosta do assunto, que é super atual, fique à vontade para discutir ou criticar. Se não gosta, não tem problema. No próximo texto prometo que trarei um assunto menos denso! A propósito, não consegui tirar SS na prova, mas cheguei perto!
Um abraço de esbugalhar os olhos pra todos!
Toninho®
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Crise, que crise?
O atual cenário econômico-financeiro mundial indica o grande colapso que se aproxima e que, se estabelecido, deixará sequelas maléficas e profundas, se não intransponíveis.
Pode-se ver países salvando instituições financeiras privadas com muito, mas muito dinheiro público; constata-se a tentativa de manter a normalidade ao se divulgar a ilusória confiança nos “benefícios” (como livre iniciativa, meritocracia, propriedade privada, liberdade econômica) do sistema capitalista, bem como seu “temporário” mal-estar; sente-se a iminente explosão que afundará o capital especulativo mundial liderada pela investida estadunidense. A crise está instalada.
Sobre confiança, há um enorme esforço dos defensores (e, lógico, beneficiados) do capitalismo em manter as aparências, instalar a sensação de segurança (e não ela propriamente) e, cada vez mais, se beneficiarem dos subjugados sem que estes percebam, principalmente em tempos de crise.
O sistema capitalista (que concentra a riqueza, exclui a participação efetiva de todos nos benefícios da produção e polariza a sociedade) entranhou-se no mundo através de seu principal ator: os EUA – e provocou uma dependência doentia e perigosa nos países que optaram pelo desenvolvimento. Se essa corrente de confiança se romper, pulveriza-se a base do sistema em vigor.
Dessa forma, uma suposta (e muito provável, diga-se de passagem) quebra dos Estados Unidos não só certamente destruiria de vez sua hegemonia imperialista como levaria consigo toda a estrutura fictícia que adorna o seu sistema. Dezenas de países afundariam como consequência do desaparecimento da confiança depositada naquela nação e a fatura principal ficaria justamente com os países dependentes (leia-se: principalmente os países pobres).
Observando-se mais de perto, a crise provocada pelo capitalismo não é apenas cíclica ou temporária: é estrutural, inerente à sua própria natureza. A maximização do lucro desejado versus o constante declínio da margem de lucro que se é possível obter e a produção socializada contra a apropriação privada dos bônus da produção (dentre outros elementos) indicam que chegará o dia em que o capitalismo será definitivamente engolido por ele mesmo. Resultarão desse nefasto processo de digestão a destruição de países, o desfalecimento de projetos e sonhos pessoais e a situação de miséria de milhares de pessoas.
Quando se fala em crise, faz-se necessário salientar que esta não se resume às dificuldades econômicas ou financeiras dos países ou dos indivíduos: ela transcende as contas matemáticas e se manifesta também (e aqui nasce) na falta de ética de pessoas e corporações. Os poderosos querem ficar mais poderosos, os agentes públicos se vendem aos interesses de grandes conglomerados, as oposições cedem (pois, afinal, em algum momento eles também ganham algo) e a população consome futilidades exageradamente. Deflagra-se a maior de todas as crises: a crise moral.
Contextos como os que estão sendo vivenciados são propícios para se refletir sobre como se preparar para momentos de turbulência (a bem da verdade inerentes à dinâmica de quaisquer sistemas de produção, todavia mais intensos, frequentes e cruéis no capitalismo). É um excelente tempo também para se questionar se não existem outras alternativas mais democráticas, que garantam direitos básicos igualitariamente a todos e que proporcionem às pessoas o que elas têm de maior valor: a dignidade.