domingo, 21 de setembro de 2014

O que aprendi com minha bicicleta




Às vésperas de se comemorar o Dia Mundial Sem Carro eu não poderia deixar de escrever sobre a magnífica experiência que tem sido utilizar diariamente, nos últimos sete meses, a bicicleta como meu principal meio de transporte.

Talvez o que eu escreverei “chova no molhado” pra muita gente, mas uma coisa é ouvir falar de algo ou somente conhecer fatos, outra bem diferente é vivenciá-los em sua própria vida. Bem, vamos lá!

Pedalar faz bem à saúde

Os resultados dos últimos exames clínicos que fiz me impressionaram. Foi mais marcante ainda porque o laboratório que costumeiramente utilizo mostra os resultados com gráficos incluindo os resultados antigos, e não teve como não perceber a vertiginosa melhoria. Além disso, os onze quilos (sim, 11kg!) queimados sem dietas mirabolantes ou intervenções médicas me incentivaram a finalmente procurar uma nutricionista para melhorar ainda mais minha performance como um futuro ex-gordo!

Pedalar faz bem ao bolso

Um cálculo rápido me faz concluir facilmente que a bicicleta realmente traz economia para aquele que a utiliza. Eu gastava por volta de R$ 300,00 por mês para me locomover de carro, excluindo-se os gastos com manutenção. Esse valor projetado em um ano é quase o triplo do que gastei com minha nova bike (tive a antiga furtada) com todos os acessórios necessários à pedalada urbana (bagageiro, para-lamas, luzes de segurança, kit de troca de pneu, capacete...). Ressalta-se a economia de outro recurso: tempo! Ir ao trabalho de bicicleta corresponde a um acréscimo de apenas quinze minutos se comparado ao tempo gasto quando eu ia de carro. E quando encarava um engarrafamento (coisa “rara” hoje em dia, principalmente em dia de chuva...), o tempo que eu levava para chegar ao trabalho de carro é o mesmo que gasto hoje para me deslocar, tomar banho e almoçar! “E quando chove, o que você faz?”. Capa protetora pra mochila; e pra mim, bem, já vou adiantando o banho!

Pedalar liberta

Uma das verdades mais contundentes que experimentei nesses últimos meses foi como eu estava preso aos fatores de estresse e desgaste que dirigir normalmente ocasiona. Assumo: em alguns dias quando dirigia eu parecia o Pateta no episódio Motor Mania (se o link não funcionar procure no YouTube® por “Pateta no Trânsito”). Pedalar me fez ver como é burrice (ou no mínimo ignorância e falta de cidadania) acelerar ferozmente para daqui a cinquenta metros frear, ou lutar belicamente em uma ultrapassagem, ou ainda utilizar a buzina como mecanismo terapêutico para aliviar a tensão que... dirigir nos causa! Somente quem pedala sabe o que é passar por outro ciclista desconhecido e cumprimentá-lo; sentir o vento refrigerando as ideias; se sentir parte de uma rede chamada trânsito na qual todos, apesar das diferenças e tamanhos, somos importantes para que a vida urbana seja saudável.

Iniciar a utilizar a bicicleta como meio de transporte foi muito difícil. A falta de preparo físico, a inércia (também chamada de preguiça) e as desculpas sempre batiam à porta me falando pra desistir. Mas não desisti. Lembro-me claramente no primeiro dia que encarei a subida na pista que liga a W3 Norte à W3 Sul (em Brasília) e que tive que descer da bicicleta porque pensei que ia morrer por falta de ar e dores nas pernas. Na última sexta-feira passei por lá novamente. A subida? Pra mim, ela já não existe mais!

(Créditos da foto: SINDJUS)




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